terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Alguém Para Amar

Sempre me fez alguma confusão comentários como “li este ou aquele livro numa noite”, “não consegui parar de ler até chegar ao fim”, não entendia ser possível alguém conseguir ler um livro em tão pouco tempo...e pela primeira vez percebi!
Véspera de natal, esperava-me uma viagem de 4H30 para a terrinha. Enquanto fechava a mala que acabara de fazer, passei os olhos pela estante lá de casa na esperança de ver o aceno de um dos livros ainda por ler, auto convidando-se a acompanhar-me, mas nenhum deles ousou mexer-se!
Pensei em trazer “O Principezinho”, mas 93 páginas esgotam-se num ápice...já 4H30!
Ainda olhei uma última vez e ante a segunda recusa, tomei uma decisão, passaria na Bertrand do Vasco da Gama, tinha tempo!

Depois de rodopiar e parar em volta de quase todas as estantes da loja, e apesar de ter uns quantos livros debaixo de olho, de ter no bolso uma lista ENORME de livros a comprar, não conseguia decidir-me até que...um dos livros sorriu finalmente para mim.
Li na sinopse: Alguém para amar é uma bela descoberta sobre o tempo e o amor da autoria de uma das romancistas mais acarinhadas pelos leitores de todo o mundo.” - mundo no qual não estava incluída, uma vez que desconhecia por completo a autora do livro.
Não consegui esperar até estar devidamente acomodada no meu lugar (98 ida) pelo que comecei a minha viagem ali mesmo, na sala de espera.
Não consegui ir longe, já no comboio o cansaço e o sono tomaram conta de mim. Abri os olhos um pouco antes de chegar à estação de destino, acordando apenas plenamente depois de sair do comboio e levar com uma lufada de ar gélido bem em cheio na cara.

Foi só no regresso, de volta ao meu lugar no comboio (81 volta) que tudo aconteceu!
Recomecei a viagem que tinha deixado quase no início e, quando volto à realidade (“bilhete por favor!”), estava a menos de 100 páginas do fim!!
Parecia possuída pelos fantasmas da história, não conseguia parar de ler! Não por querer conhecer a todo o custo o desfecho dos acontecimentos, mas simplesmente porque deslizamos com uma facilidade através da história, limitamo-nos a estar atentos aos passos das personagens e somos convidados a reunir, junto com eles, todas as peças da investigação, a indagar sem querer quem será o culpado. Assim que este é descoberto, é natural que pensemos que a história chegou ao fim mas, por incrível que pareça, isso não acontece. Não ficamos ainda com aquela sensação de que foi bom mas acabou, de que queremos mais, isto porque ainda há mais e mais não digo!
A imagem que fica é a de que estamos perante um contador de histórias, estamos sentados o mais quedo possível no nosso lugar para não perder pitada de uma história emocionante que alguém resolveu desvendar, por estar na hora.

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