quarta-feira, 12 de novembro de 2008

DE MOCHILA ÀS COSTAS RUMO A TOMAR

De Lisboa, partimos de comboio rumo a Tomar. Entre estações, desfilam paisagens da lezíria ribatejana, disfarçadas sob um manto de bruma matinal, banhadas pelos primeiros raios de sol que tentam dissipar a sua invisibilidade e aquecer-nos a custo com o seu calor.
Já em Tomar, seguimos em frente no jardim da Várzea Grande, atravessamos a Av. Cândido Madureira e pelo caminho passamos junto à transversal que dá acesso à antiga sinagoga, agora Museu Hebraico (Rua Dr. Joaquim Jacinto).
Por fim, desembocamos na Praça da República, dominada, de um lado, pelos Paços do Concelho (que foram do rei D. Manuel) e, do outro, pela Igreja Matriz de S. João Baptista, e ao centro, a estátua do fundador da cidade, o mestre templário, Gualdim Pais.
Querendo explorar um pouco mais, seguimos em frente na Rua Silva Magalhães, atravessamos a Rua Alexandre Herculano e avistamos a ponte sobre o rio Nabão.

Com o Parque do Mouchão bem à nossa frente e a Roda do Mouchão fazendo as honras, sentamos e retomamos o fôlego, apanhamos um pouco mais de sol, que o frio teimava em não querer abandonar-nos. Inesperadamente, aproximam-se em voo picado alguns patos que, não temendo as águas gélidas do Nabão ou a nossa presença, brindam-nos, junto com alguns pássaros que por ali se encontram, com sons e imagens de puro deleite.
Continuamos a nossa cruzada por Tomar, seguimos junto ao jardim e, junto à Capela de S. Gregório, decidimos aventurar-nos e subir a pique um lanço de escadas que não acaba para, chegados ao topo, acender uma vela (iluminar é mesmo o termo) e deixar uma prece na Capela da Senhora da Piedade.
Do alto daquele miradouro, antevimos aquele que seria o nosso próximo passo: além do Castelo dos Templários e da Mata dos Sete Montes, o Convento de Cristo.
No Convento de Cristo, podemos observar a mistura de estilos e simbologias, desde o românico, de inspiração oriental (Charola) ao maneirismo triunfante (Claustro dos Filipes), sem esquecer a jóia do manuelino que é a janela da Sala do Capítulo.
Composto por um conjunto de claustros, salientamos o conjunto dos quatro principais - o Claustro da Lavagem, o Claustro do Cemitério, o Claustro da Micha e, por último, o Claustro de D. João III. Acrescentamos o Claustro da Hospedaria, o Claustro de Santa Bárbara e o Claustro dos Corvos, o dormitório em cruz, com 2 grandes corredores para os quais se abrem as pequenas celas (falta a cela 13 e a 113) e o refeitório.
Da Mata dos Sete Montes, destaco as cores de Outono.
Distraídos, avançamos por veredas escolhidas ao acaso que nos conduziram até à “Aldeia dos Duendes”. Aqui, olhámos em volta e observámos atentamente a floresta que nos rodeava na vã esperança de conseguirmos encontrar um peque
no habitante daquele pequeno reino. Como disse... em vão!

(Tomar, Novembro de 2008)

1 comentário:

GONIO disse...

"Os turistas nunca sabem onde estiveram. Os viajantes nunca sabem onde irão parar" - Paul Theroux.

Acho que fomos viajantes numa viagem empolgante... :)

Bjinho